Por que o tempo passa mais rápido quando estamos felizes?

Por que o tempo passa mais rápido quando estamos felizes? 1

Relatividade na física e na mente. Será?


Você já percebeu como o tempo voa quando você está feliz ou fazendo algo que gosta? Por outro lado, quando estamos ansiosos ou entediados, o tempo parece passar muito devagar. Mas por que isso acontece? Neste artigo, vou falar como a teoria da relatividade de Einstein e a neurociência explicam essa interessante percepção do tempo.
 

Teoria da relatividade do tempo de Einstein

Albert Einstein, no começo do sec. XX, nos mostrou que o tempo não é absoluto. Segundo ele, o tempo pode ser percebido de diferentes maneiras dependendo da velocidade e aceleração com que nos movemos e da quantidade de gravidade que sentimos. 
 
Para explicar melhor essa premissa, imagine que há dois relógios, um em um foguete viajando próximo à velocidade da luz e o outro na Terra. Os relógios dos foguetes “funcionam” mais lentamente do que os relógios da Terra. Isso acontece porque ao viajar em velocidades de rodovia, o tempo na verdade se dilata (1).
 
Agora imagine que existam duas pessoas uma mora na planície ou vale e a outra mora em um pico altíssimo, aquele que mora mais perto do núcleo da gravidade vê o tempo passar mais lentamente de quem vive nas montanhas. Você sabia disso?
 

Pois é, mais isso ainda não explica o que a felicidade tem a ver com o tempo.

 
Então vamos entender melhor, sabe aquele momento quando você está rodeado de pessoas ou situações legais, ou ainda você faz aquela atividade prazerosa? A nossa percepção do tempo é muito influenciada pelo nosso estado emocional e pelo funcionamento de áreas específicas do cérebro. Quando estamos felizes, nossos níveis de dopamina aumentam. A dopamina é um neurotransmissor crucial no sistema de recompensa do cérebro. O aumento da dopamina não só nos faz sentir bem, mas também muda a forma como percebemos o tempo. Altos níveis desse hormônio fazem com que o tempo pareça passar mais rápido porque estamos mais focados na recompensa e menos atentos a percepção do tempo (2).
 
 
Algumas funções do nosso cérebro também refletem isso. A amígdala, que é uma estrutura do cérebro responsável pelo processamento de emoções,  desempenha um papel importante na percepção do tempo. Quando estamos ansiosos ou com medo, a amígdala torna-se mais ativa, aumentando a nossa consciência do tempo e fazendo parecer que o tempo se arrasta (3). O hipocampo está envolvido na formação de memórias e também afeta a nossa percepção do tempo. Em momentos de estresse, pode tornar as experiências mais vívidas e duradouras, fazendo com que o tempo pareça passar mais lentamente (4).
 
 

Além disso, nosso sistema nervoso autônomo, que regula funções involuntárias como frequência cardíaca e respiração, também afeta nossa percepção do tempo. Nos estados de relaxamento e felicidade, o sistema nervoso parassimpático domina, promovendo uma sensação de bem-estar e fazendo com que o tempo pareça passar mais rápido (5). Por outro lado, quando confrontado com estresse ou perigo, o sistema nervoso simpático entra em ação, preparando o corpo para uma resposta de “lutar ou fugir”. Este estado de alerta (medo) aumenta a nossa vigilância temporária e faz com que o tempo pareça arrastar-se (6).

 
Quer dizer que a percepção do tempo lento é prejudicial ao corpo?
Quando nos sentimos ansiosos ou estressados, nosso corpo entra em estado de alerta constante, chamado de resposta de “lutar ou fugir”. Embora esta resposta seja útil em situações de perigo imediato, a manutenção a longo prazo pode ser prejudicial. O estresse crônico causa a liberação contínua de hormônios como cortisol e adrenalina. Altos níveis de cortisol podem suprimir o sistema imunológico, aumentar a pressão arterial e levar a problemas de saúde como doenças cardíacas, diabetes e problemas digestivos (7).
 
 

Além do mais, o estresse prolongado pode afetar de forma negativa o cérebro. Pode diminuir o volume do hipocampo, a área associada à memória e ao aprendizado, e aumentar a atividade na amígdala, amplificando a resposta ao estresse e perpetuando um ciclo de ansiedade (8), entre outras consequências que combinadas prejudicam não só a saúde física, mas também a saúde mental, podendo gerar um quadro de depressão, insônia e transtornos de ansiedade (9).

O que podemos concluir em relação a Percepção Física vs. Percepção Mental do Tempo?

 

 
Podemos dizer que a percepção física do tempo, que é neutra e governada pelas leis da física, é diferente da percepção mental do tempo, que pode variar com nosso estado emocional. Enquanto a percepção física do tempo é estável e objetiva, a percepção mental é subjetiva e pode ser distorcida pelo nosso humor e estado de espírito. Quando estamos felizes e o tempo parece passar mais rápido, essa percepção mental pode ser benéfica, pois promove bem-estar e fluidez. No entanto, quando estamos ansiosos ou estressados e o tempo parece se arrastar, isso pode ser prejudicial para nossa saúde física e mental (10).

 
Compreender esses mecanismos nos ajuda a manejar melhor nossas emoções e nossa percepção do tempo. Podemos buscar atividades que aumentem nossos níveis de dopamina ou práticas que ativem o sistema nervoso parassimpático, como a meditação e o exercício físico, ou atividades que mudam a nossa frequência psíquica, como por exemplo o DESAFIO Fluência Vibracional, que ensina como você pode mudar o seu humor a focar mais nos seus objetivos sem esforços. 


 

Então, Einstein nos ensinou que o tempo físico é relativo, e a neurociência nos mostra que nossas emoções e sentimentos tem o mesmo efeito. Entender essa relação pode nos ajudar a buscar uma vida mais equilibrada e feliz. Tudo está na sua cabeça, não acha? 

 

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Aloha!


 
Referências:
Einstein, A. (1916). Relativity: The Special and General Theory.
Greene, B. (2004). The Fabric of the Cosmos: Space, Time, and the Texture of Reality.
LeDoux, J. (1996). The Emotional Brain: The Mysterious Underpinnings of Emotional Life.
McEwen, B. S., & Sapolsky, R. M. (1995). Stress and Cognitive Function. Current Opinion in Neurobiology, 5(2), 205-216.
Schultz, W. (2015). Neuronal Reward and Decision Signals: From Theories to Data. Physiological Reviews, 95(3), 853-951.
Porges, S. W. (2011). The Polyvagal Theory: Neurophysiological Foundations of Emotions, Attachment, Communication, and Self-Regulation.
Thayer, J. F., & Lane, R. D. (2000). A Model of Neurovisceral Integration in Emotion Regulation and Dysregulation. Journal of Affective Disorders, 61(3), 201-216.
Sapolsky, R. M. (2004). Why Zebras Don’t Get Ulcers: The Acclaimed Guide to Stress, Stress-Related Diseases, and Coping.
McEwen, B. S. (2007). Physiology and Neurobiology of Stress and Adaptation: Central Role of the Brain. Physiological Reviews, 87(3), 873-904.
Wittmann, M. (2018). Felt Time: The Psychology of How We Perceive Time.
 

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Sobre mim
Selva Salerno

Selva Salerno

Ativista quântica, Empresária, Consultora e Palestrante, formada em Comunicação Visual, Propaganda e Criação Publicitária. Criadora da agência e-fácil, negócios digitais, do Grupo Onda Quântica e da Intuitare Desenvolvimento visionário, busca, por meio do seu conhecimento, levar o visionarismo e o uso da intuição a empresários, gestores e trabalhadores, por meio de Palestras, Cursos e Práticas. Atualmente pesquisa teorias da Neurociência e da Física Quântica no mundo corporativo-empreendedor.

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